Prevenção de lesões em atletas amadores e esporádicos no futebol

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O futebol com os amigos, seguido de uma confraternização regada a churrasco e bebida é um hábito muito comum na cultura do homem brasileiro. Tais eventos costumavam acontecer com mais frequência aos finais de semana, no entanto, hoje se percebe que também é comum jogar a famosa “pelada” durante a semana. Num cenário onde existem milhares de campanhas e informações reforçando os benefícios do exercício físico, muitos praticantes desse futebol se apoiam na ideia de que essa prática esportiva esporádica seja o suficiente para sua saúde, no entanto, as clínicas de fisioterapia, academias e consultórios médicos estão com suas salas cada vez mais cheias com esses “atletas” para tratar de alguma lesão, logo, surge a dúvida, o quanto esse futebol contribui efetivamente para sua saúde?

Primeiramente, jogar duas partidas de futebol por semana não caracterizam ninguém como fisicamente ativo, nem auxiliam de forma significativa na prevenção a obesidade ou saúde cardiovascular. Além disso, foi feito um levantamento sobre as três lesões mais comuns em pacientes e alunos lesionados no futebol recebidos em duas clínicas de fisioterapia e duas academias em Criciúma, nas quais foram verificadas maiores quantidades de lesões musculares, entorses de tornozelo e acometimentos no joelho (tendinopatias, entorses com ruptura ligamentar e lesões de cartilagem). A gravidade das lesões varia muito de acordo com o diagnóstico, podendo levar duas semanas até casos mais complexos como cirurgias de Ligamento Cruzado no Joelho, que necessitam de um tratamento médio de 6 a 8 meses para retornar aos gramados. São vários os fatores que podem ocasionar uma lesão, logo, não é possível dizer exatamente o que a causou, mas sabe-se que manter um corpo condicionado fisicamente pode ajudar muito na prevenção. O profissional de Educação Física é o principal responsável pela orientação de exercícios com esse objetivo. A escolha dos exercícios é realizada de acordo com as necessidades individuais do atleta, objetivando a correção de desequilíbrios musculares, fortalecimento de articulações, músculos, melhora na coordenação motora, flexibilidade e condicionamento cardiovascular. Para saber as necessidades de cada um, o profissional realiza uma avaliação física e faz alguns testes para verificar as valências físicas com maior necessidade de evolução, para então planejar o treinamento.

Uma preparação física perfeita não significa que o atleta jamais irá se lesionar, visto que há muitas influências externas no esporte, superfície irregular, contatos e choques físicos com outros atletas, fatores psicológicos competitivos que levam o indivíduo a tentar ir além da sua capacidade física, repouso ou alimentação inadequada, entre vários outros fatores. Então, no caso de lesão as orientações são: interromper a prática imediatamente quando sentir um desconforto que limite a movimentação, mesmo que não tão intenso; procurar um profissional médico ou fisioterapeuta para uma avaliação clínica da lesão e recomendar ou não a necessidade de um especialista (ortopedista), para um diagnóstico mais preciso; após o diagnóstico ter paciência e seguir todas as recomendações dos profissionais envolvidos; retornar à prática de forma gradual apenas após receber alta do profissional envolvido no tratamento e recuperação. No caso da prevenção de qualquer lesão, assim como o ingresso em qualquer modalidade de exercício, é fundamental  uma preparação física gradual e direcionada aos seus objetivos, então procure uma academia especializada no assunto, bem como um profissional de educação física qualificado, tenha claro seus objetivos, trace suas metas e siga as orientações e recomendações, dessa forma, reduzirá os riscos em se tornar mais um dos “atletas de final de semana” a encher os consultórios médicos e clínicas de fisioterapia.